Autora e pesquisadora do Dicionário Orélio Cearense – com termos e expressões característicos da cultura do Estado – Andréa Saraiva Martins faleceu na quarta-feira (6). O cerimonial de despedida acontecerá nesta sexta (8), incluindo velório, missa solene e sepultamento no Cemitério Jardim Metropolitano.
Historiadora, pesquisadora, escritora, empreendedora, produtora cultural, editora, ativista da cultura, das tecnologias livres e da economia colaborativa e solidária, Andréa foi muitas em uma só. Ao se debruçar sobre a História, priorizou a literatura oral e a sabedoria popular.
Por sua vez, no posto de escritora, além do já citado Dicionário Orélio Cearense, desenvolveu o projeto Contadores de Causos, aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura. Também publicou o e-book “Existe Vida Além de editais?”, sugerindo alternativas de fomento a empreendimentos culturais e aproximando o setor cultural à economia solidária.
Outra conquista importante nessa área foi ter se tornado membro da Academia Tauaense de Letras - ATL. Ela ocupou a cadeira 23, cuja patrona é Teresa Aragão Serra.
ATUAÇÃO DIVERSA
No geral, Andréa desenvolveu trabalhos nas áreas de cultura, tecnologia da informação, mídias digitais, tecnologias livres e hackerAtivismo, ministrando aulas em pós-graduação, MBAs e EADs, além de oficinas e palestras.
A estudiosa empreendeu pesquisas, escreveu, consultou e implementou projetos, além de ter realizado editoria e curadoria de livros científicos. Manteve o empreendimento de impacto sociocultural iDea: Antenas e Raízes e, mais recentemente, atuava no Projeto Wash junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A qualidade do que fazia era tão forte que chegou inclusive ao Governo Federal. Nesse âmbito, implementou políticas de inclusão digital e agiu na implementação de políticas públicas de cultura, com ênfase em economia da cultura solidária e colaborativa.
Foi ainda coordenadora do Projeto Casa Brasil no estado do Ceará, implementando cinco unidades desse equipamento de Tecnologia da Informação e Comunicação; consultora do Ministério da Cultura/PNUD, assessorando os Pontos de Cultura; e autora com publicação de vários artigos e estudos.
INCENTIVAR O CARNAVAL
Dentre tantos outros trabalhos, Andréa ainda orientou empreendimentos solidários e organizações sociais por meio da criação e gestão da Rede Colaborativa. Com experiência em gestão de projetos no âmbito de políticas públicas, foi diretora da Funcet, hoje Secultfor, atuando na diretoria de Projetos Especiais.
Assim, foi responsável pela implementação dos Cucas - Centros de Cultura e Arte - e produziu a I Conferência Municipal de Cultura, dando início à criação do Sistema de Cultura na esfera municipal. Atuou também como mobilizadora, iniciando o processo de consolidação do Pré-Carnaval de Fortaleza.
A última postagem de Andréa nas redes sociais data de agosto de 2022. Nela, amigos prestaram condolências pela partida. “Você vai fazer falta demais”, escreveu uma. “Vai em paz querida! Que encontre lindos caminhos nesse universo!”, publicou outro.
Fonte: Diário do Nordeste
Andréa era natural de Senador Pompeu, mas viveu muitos anos em Tauá, onde chegou ainda criança. Era filha dos saudosos Sr. Evaldo e dona Raimundinha. Estudou no Colégio Antônio Araripe onde
atuou intensamente em muitos projetos.
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