terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Moradores se reúnem para debater disputa de terras nos limites entre os municípios de Pimenteiras–PI e Parambu–CE.

 

Centenas de pessoas se reuniram na tarde do último sábado (20.jan) na quadra poliesportiva do povoado Lagoinha, na zona rural de Pimenteiras–PI, para debater sobre a disputa por terras em faixa de território situado próximo à linha de divisa entre os estados do Piauí e do Ceará, e os limites entre os municípios de Pimenteiras–PI e Parambu–CE.

As principais comunidades afetadas pela disputa são as localidades Manoel Pereira I e II, Lagoinha, São Joaquim, Jatobá, São Gonçalo, Caldeirão de Areia, dentre outras.

No início do mês, moradores dessas comunidades foram surpreendidos por representantes de uma empresa do estado do Ceará, que afirmava ser detentora da posse de uma área de terras equivalente a cerca de 120 mil hectares, compreendendo ao território onde essas localidades estão situadas, bem como a outras propriedades rurais ligadas aos moradores da região. De posse de documentos que comprovariam a posse, a equipe da empresa pretendia realizar a demarcação das terras.

Diante da situação, os moradores da região organizaram uma reação para lutar pelo direito de posse da terra onde eles e suas famílias habitam há mais de 40 anos.

Após a repercussão do caso, associações de moradores, representantes sindicais de Pimenteiras e de Parambu, políticos, juristas, entidades de amparo ao trabalhador rural, ativistas da causa dos trabalhadores rurais, professores, proprietários de terras, posseiros e sociedade em geral se organizaram para debater sobre o assunto e buscar entendimentos, via os princípios constitucionais da legalidade, para garantir que as famílias que habitam o território tenham seus direitos de morar e produzir naquelas terras garantidos.

A culminância dessa reação organizada aconteceu no último sábado, quando centenas de pessoas se reuniram para debater sobre o assunto. Dentre os presentes, estavam a prefeita de Pimenteiras e pré-candidata à reeleição, Lúcia Lacerda, o pré-candidato da oposição, Tony Feitosa, o vice-prefeito, Rogério Caetano, o presidente da Câmara de Pimenteiras, vereador Zé Ota, a vice-presidente, vereadora Carla Santos, os vereadores Davilan Dantas, Filho Gomes e Janaína Lacerda, o secretário de Agricultura, Gilberto Lacerda, os ex-prefeitos de Pimenteiras, Venício do Ó e Netinho, além de outros representantes políticos, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pimenteiras, Teresinha Santos, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Parambu, Helton Feitosa, dentre outros representantes sindicais dos dois municípios e entidades ligadas às garantias de direitos do trabalhador rural, tanto do Piauí como do Ceará, além de órgãos de imprensa, tanto de Pimenteiras como de Parambu.

Apesar de contar com a participação de políticos, o evento foi organizado pelos próprios moradores e posseiros da região, a partir de doações e arrecadações feitas pela comunidade. Após o término da reunião, foi servida uma refeição aos participantes. A organização do evento foi bastante elogiada por quem esteve lá.

A fala de consenso durante a reunião foi de que todos os representantes, as entidades, as forças sindicais dos dois estados e dos dois municípios interessados na questão estarão de mãos dadas com os trabalhadores rurais que residem nas localidades atingidas pela disputa. Foi possível notar um sentimento positivo por parte dos moradores, após as falas e esclarecimentos repassados pelos políticos, representantes sindicais e juristas, reforçando o entendimento de que os moradores terão garantidos os direitos de continuarem morando e cultivando a terra onde habitam há décadas.

Após a reunião, os moradores e posseiros da região se mostraram confiantes de que seus direitos serão garantidos. Eles agradecem o apoio de todas as entidades e pessoas que se solidarizaram com a causa e prometem continuar lutando para defender sua terra.

O caso ainda continua em andamento e vem sendo analisado pelo Instituto de Terras do Piauí (Interpi), órgão responsável pela regularização fundiária no Piauí, mas as perspectivas são positivas para os moradores da região.

Fonte: Sambito News

3 comentários:

  1. Se essas pessoas tiver documento de cartório ela só ajudam das terras né se não tiver pode até conseguir os direitos sobre o trabalho na terra mas o maior medo que tem a gente tem uma guerra a divisa dos Estados

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  2. E muito complicado essa situação

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  3. O Estado devia fazer de uma vez por toda a Georeferencia dessas terras e distribuir Títulos de Propriedade a essas pessoas.É o mais correto e justo que devia ser feito.

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