O Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), localizado em Quixeramobim, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), realizou, no último sábado (14), a primeira cirurgia de atresia de esôfago em recém-nascido.
A malformação congênita corresponde a uma estruturação incompleta do esôfago, órgão que liga a boca ao estômago. “Não há uma continuidade, impossibilitando a alimentação e o desenvolvimento do bebê”, explica o cirurgião pediátrico Valmir Moura, responsável pelo procedimento.
“Esse tipo de malformação é rara e, sem cirurgia, invariavelmente, o bebê não teria como sobreviver. Há bem pouco tempo, todos esses casos precisavam ser encaminhados para Fortaleza para resolução, mas, devido a questões de leito, alguns não conseguiam a transferência e, infelizmente, iam a óbito antes da cirurgia. Essa foi a primeira vez que esse procedimento foi realizado no Sertão Central. Certamente, foi uma mudança de paradigma”, observa o médico.
Diagnóstico
A atresia de esôfago deve ser diagnosticada em bebês no pré-natal, para que as gestantes possam ser encaminhadas a hospitais onde existem Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) e uma equipe de cirurgia para fazer a correção.
No caso do bebê nascido no HRSC, a suspeita do diagnóstico ocorreu ainda dentro do Centro Cirúrgico. “Ele nasceu desconfortável, precisou de reanimação neonatal e, então, durante a tentativa de passagem de uma sonda para o estômago, foi percebido que não havia progressão. Foi feita uma radiografia contrastada para comprovar o fato e a equipe de cirurgia já foi acionada para os primeiros cuidados e a programação cirúrgica”, detalha a coordenadora médica do Eixo Neonatal, Eucilene Oliveira.
Diante dos avanços no tratamento cirúrgico, a médica explica que a atresia de esôfago possui alta possibilidade de cura, acarretando uma diminuição significativa da mortalidade, além de aumento da sobrevida e melhora da qualidade de vida dos pacientes. “Para o Eixo Neonatal do HRSC, ter uma equipe de cirurgia pediátrica de prontidão nesses casos faz a diferença na vida dos recém-nascidos e de suas famílias”, avalia Oliveira.
Fonte: SESA
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