Cocaína:
Droga de
uso episódico. Tipicamente associada a certos estilos de vida — em alguma época
(senão agora) pessoas na indústria das finanças e no ramo do entretenimento — e
mais frequentemente jovens. Ao estudar usuários de longo prazo, o
psicofarmacologista Ronald Siegel descobriu que a maioria moderou, controlou ou
desistiu do consumo de cocaína com o tempo. Ao analisar os dados da pesquisa,
cientistas revelaram que menos de 10% dos viciados em cocaína prosseguiram com
o uso por um período significativo. Depois que o consumo de cocaína alcançou
seu pico nos anos 1980, a maioria dos usuários da classe média abandonaram a
substância.
Álcool:
O álcool
é tema de boa parte da literatura (científica ou não) que retrata os vícios.
Membros dos Alcoólicos Anônimos juram que o AA é a única forma de se recuperar,
enquanto especialistas em reabilitação afirmam que o alcoolismo é inevitável
sem tratamento. No entanto, pesquisas epidemiológicas não confirmam essa ideia.
Em 2005, o Instituto Nacional de Alcoolismo e Abuso do Álcool dos Estados
Unidos publicou os resultados de um estudo epidemiológico conduzido com
entrevistas em pessoa com 43 mil norte-americanos. No total, 4.422 foram
classificados como dependentes do álcool em algum momento de suas vidas. Mais
de 25% por cento deles recebeu algum tipo de tratamento médico em decorrência
do alcoolismo. Entre a ampla maioria que não recebeu qualquer tipo de
tratamento, menos de um quarto bebeu até no momento da entrevista. A maior
parte deste grupo (66%) continua bebendo socialmente.
Valium
(Diazepam):
No geral,
as drogas usadas para propósito de pacificação (como os antidepressivos), se
consumidas durante longos períodos de tempo, são difíceis de largar. Isso vale
pra sedativos, pílulas pra dormir, barbitúricos e tranquilizantes. Diversos
best-sellers já foram escritos a respeito da dificuldade de largar o Valium
(tranquilizantes benzodiazepínicos): Jim Jensen, o famoso âncora da CBS, contou
à revista People como conseguiu superar a cocaína, mas não o Valium.
Heroína:
Analgésicos
poderosos, se tomados regularmente, são difíceis de largar para muitas pessoas
(porém não a maioria). O que é impressionante não é tanto que a heroína possa
causar abstinências severas em alguns indivíduos, mas o quão instável é a
síndrome em comparação a outras drogas e analgésicos (como o Vicodin e
OxyContin), substâncias cujo consumo hoje é crescente, principalmente entre
usuários de drogas ilícitas e vítimas de overdose.
Fumar:
Entre
viciados em cocaína e álcool, fumar é geralmente citado como o vício mais
difícil de superar — mais até do que a heroína. Ainda assim, mais de 40 milhões
de pessoas nos Estados Unidos conseguiram parar de fumar. Por outro lado, há
mais de 1 bilhão de fumantes em todo mundo atualmente: um deles morre a cada
seis segundos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Quase 80% dos mais
de 1 bilhão de fumantes em todo mundo vive em países pobres ou
subdesenvolvidos.
Batata
frita:
A batata
frita e outras comidas confortáveis (e que engordam pra valer) são um dos
vícios mais perigosos, pois é algo aparente inofensivo e integrado em nossas
vidas. Por não ter o estigma de drogas como as citadas acima, trata-se de uma
ameaça silenciosa e tolerada — embora prive milhões de pessoas de viverem mais.
O crescente número de cirurgias bariátricas num curto espaço de tempo mostra
que estamos falando de substâncias altamente viciantes, pois até mesmo os
indivíduos que estão em condições preocupantes de saúde geralmente se recusam a
parar de ingerir esses alimentos.
Amor:
Ah, o
amor é o vício mais difícil de superar. Certamente, ele causa mais assassinatos
e suicídios do que qualquer outro vício. E se você pensar que existem pessoas
que sentem saudades de fumar, considere o que elas podem estar dispostas a
fazer quando se divorciam ou se separam depois de um longo tempo — mesmo quando
odeiam suas esposas! Ao mesmo tempo, ouvimos frequentemente a respeito de
pessoas que sacrificaram suas vidas por um amor que os traiu, ou que destruíram
suas mentes, ou que ainda não desistiram do relacionamento. Adivinhe qual a
resposta da vítima de abuso quando perguntada por que não simplesmente ela não
abandona seu marido agressor? “Porque eu o amo, e não consigo viver sem ele”,
comenta Stanton Peele, pioneiro no estudo de viciados desde 1975. Porém, não há
motivo para pânico, não interessa qual seja o seu vicio. “A maioria dos
viciados supera seus vicios”, garante o especialista.
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