A falta
de água e a baixa pressão no abastecimento estão entre as principais
reclamações feitas à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do
Estado do Ceará (Arce) pelos usuários da Companhia de Água e Esgoto do
Ceará (Cagece), segundo a Arce. Em janeiro e fevereiro deste ano, das
53 queixas recebidas, 28% foram relacionadas a estes problemas.
Ainda assim, a Agência não tem o controle de informações como a duração e a
frequência destas descontinuidades. Devido a isto, a Arce propôs uma resolução
que obriga a Cagece a estabelecer medidores no sistema e repassar as
informações à Agência e, consequentemente, aos consumidores.
O modelo
do texto da resolução proposto pela Arce ficará disponível para contribuição da
população até o dia 28 deste mês. O coordenador de Saneamento Básico da
Agência, Geraldo Basílio, explica que, ao entrar em vigor, a norma se aplicará
aos 150 municípios em que a Cagece opera, regulados pela Arce. Fortaleza
não está inclusa na lista que, engloba todos os demais municípios da Região
Metropolitana.
Com a
resolução, que deverá entrar em vigor em 60 dias, a Cagece deverá ser obrigada
a adotar um sistema de medição direta das condições de operação. Isto deverá
materializar no sistema de água um mecanismo, que, de acordo com o coordenador,
é realidade nos serviços prestados pela Companhia Energética do Ceará (Coelce),
já que, segundo ele, hoje, em caso de interrupção no sistema da Coelce, o
consumidor sabe exatamente a quantidade de horas que ficou sem energia e a
frequência média da energia consumida.
Geraldo
ressalta que a ausência de informações cria lacunas para os consumidores e o
estabelecimento da resolução deve reverter estas falhas. “Hoje temos
conhecimento sobre a falta de água e a baixa pressão de duas formas: uma,
através das reclamações e outra das medições em campo. No caso das reclamações
é a 'palavra' do usuário contra aquilo que a Companhia atesta. É um conflito”,
explicou.
Ainda
segundo o coordenador, o estabelecimento desta obrigatoriedade não irá garantir
à Arce o acesso a informações em tempo real. Mas, assegura que a Cagece será
obrigada a enviar esta informações em forma de relatório mensalmente.
Em nota, a Cagece informou que aguarda a publicação
da resolução, para que só então possa se manifestar sobre os procedimentos que
serão adotados.
Fonte:Diário do Nordeste
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