segunda-feira, 29 de junho de 2015

DEPUTADO DOMINGOS NETO VAI ASSUMIR O PL

O deputado federal Domingos Neto (PROS) será o presidente do PL no Ceará. Sua mãe, Patrícia Aguiar, prefeita do Município de Tauá, é a presidente estadual do PSD. Ambos dizem continuar ligados e fazendo política com o ex-governador Cid Gomes (PROS), no momento, embora sem necessariamente estar dependendo de filiação partidária, posto não ser candidato a nada em 2016, está buscando um abrigo partidário para os seus companheiros de partido interessados na disputa de mandatos no pleito municipal do próximo ano, portanto com pressa de encontrarem uma legenda nos próximos e impreteríveis 90 dias, para atenderem ao determinado pela lei.

Embora Patrícia esteja aglutinando forças políticas para dar musculatura ao PSD na disputa municipal, e Domingos Filho alimente esperanças, como muitos outros, de estar o PL devidamente registrado no TSE a tempo de participar da disputa de 2016, não estão as duas agremiações dentre as cogitadas por Cid e seus amigos, deixando transparecer, obviamente, existir alguma diferença a ser explicada para confirmar a sinalização de todos estarem realmente em um mesmo barco.

O pedido de registro do PL no Tribunal Superior Eleitoral está tramitando normalmente, dependendo apenas da apresentação de 80 mil assinaturas de eleitores brasileiros, dos quais os cearenses esperam contribuir com 10 mil, das mais de 20 mil apresentadas nos cartórios eleitorais deste Estado. O representante do Ministério Público Federal junto ao TSE já emitiu o seu parecer favorável à sua criação.

Incomodado no PROS, e sem muitas opções de albergue para a garantia de legenda no ano vindouro, natural que os cidistas se enfileirassem em uma das duas siglas comandadas pela família Aguiar, do patriarca Domingos Filho, ex-vice-governador de Cid Gomes e hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, um dos prováveis candidatos a governador em 2018, vez que preterido em 2014, também pelo fato de não ter uma legenda.

Prospecções

Hoje, Cid Gomes, embora tenha conversado muito pouco sobre futuro partidário, avalia como alternativas permanecer no PROS, influenciando no seu comando nacional, ou ir para o PDT. Dois dos seus mais importantes aliados, o presidente da Assembleia Legislativa, José Albuquerque, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, aprofundam as prospecções.

O deputado, terça-feira próxima, conversa sobre as condições de o grupo ficar onde está com os dirigentes nacionais da sigla. O prefeito, que já tem o compromisso do PDT de apoiá-lo na disputa pela reeleição, recebeu do presidente nacional pedetista, Carlos Lupi, e do presidente estadual, deputado André Figueiredo, o convite oficial para se filiar, só ou com todo o grupo de Cid. Carlos Lupi e André Figueiredo repetirão o convite ao próprio Cid, nos próximos dias, aqui em Fortaleza.

Por certo ainda não será agora que os irmãos Ferreira Gomes encontrarão o espaço partidário para aquietarem-se. Como liderados demoraram mais tempo nessa ou naquela legenda por quais passaram. Liderando, como fazem de um certo tempo até hoje, têm-se portado como verdadeiros andarilhos ao ter uma filiação nova a praticamente cada eleição, situação nada confortável para os liderados e para si, mesmo não sendo os únicos a sempre estarem trocando de partido pelo Brasil afora, apesar da instituição da fidelidade partidária na legislação brasileira.

A alegação para sair do PSB e ingressar no PROS foi a de permanecer apoiando a presidente Dilma Rousseff. Como o PDT, onde Cid pode aportar, já há algum tempo ameaça sair da base do Governo Dilma, isso pode ser um complicador para a filiação.

É quase consenso, dentre os liderados de Cid, só haver tranquilidade partidária quando alcançarem o controle de uma agremiação. E a tentativa de permanecer no PROS teria essa perspectiva em razão de estar, no momento, deveras fragilizado os seus principais dirigentes em razão de algumas denúncias de irregularidades, comprometendo o atual presidente Eurípedes Júnior, hoje de certa forma até hostil ao grupo cearense, o maior em termos de representação parlamentar, desde a fundação do grêmio.

Filiações
Os cearenses apoiadores da recriação do PL não guardam qualquer receio quanto a oficialização da nova sigla para facilitar a troca de legenda até o início de outubro próximo. A famosa \"janela\", uma abertura proporcionada pela Reforma Política garantindo um tempo mínimo para acomodar os detentores de mandatos insatisfeitos com seus partidos, contudo, será a segunda opção tanto para Domingos Neto deixar o PROS quanto seus dois colegas que com ele acertaram em marchar juntos, apoiando o Governo Dilma, no caso os deputados federais Adail Carneiro e Macêdo Júnior, hoje integrantes do PHS e do PSL, respectivamente.

Um terceiro deputado federal do Ceará, também negocia sua mudança de sigla para ficar na base aliada da presidente, mas as implicações na política local ainda não permitiram fechar o acerto do seu ingresso no PL ou até mesmo no PSD.

Edison Silva

Editor de política jornal Diário do Nordeste

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