O
reajuste médio na tarifa dos serviços de água e esgoto do Ceará será de 12,9% a
partir do dia 26 de junho. Entretanto, a revisão aplicada pela Companhia de
Água e Esgoto do Ceará (Cagece) poderá ser de até 17,23% em 2017. Os novos
valores entram em vigor 30 dias após a publicação legal da medida.
"No
momento da revisão tarifária, a gente não avalia apenas a inflação do período,
mas o custo das coisas que acontecem na empresa no último ano, como reduções da
receita e da arrecadação e avaliação geral da Companhia para manter a empresa
no nível de operação adequada", disse o presidente da Cagece, Neuri
Freitas, ao ser questionado sobre o reajuste estar acima da inflação prevista
para 2017, de 4,5%.
Freitas
explicou que o reajuste poderá atingir o teto de 17,23% caso a companhia avalie
ser necessária a mudança nas taxas durante o ano. "Em tese as revisões são
anuais, mas acontecem de haver reajustes extraordinários por causa de alguma
dificuldade financeira. Vai depender de como vai se comportar isso",
afirmou.
Segundo
ele, neste primeiro momento, a Cagece está considerando o impacto na vida financeira
dos clientes. "Nós vamos verificar se vai ser suficiente esse reajuste e
pensar de forma gradual para tentar manter o equilíbrio para não onerar tanto o
consumidor. Vamos ficar atentos acompanhando semanalmente os números da
empresa", completou.
Crise
hídrica
Ele
reiterou que a crise hídrica no Ceará gerou um maior impacto na Companhia, além
do aumento considerável da inadimplência por conta da crise econômica no ano
passado. "Cada vez mais nós precisamos de recursos extras para manter os
clientes abastecidos e garantir a qualidade dos serviços", disse.
Setores
Ainda de
acordo com o presidente da Companhia, as mudanças atingem todos os consumidores
atendidos pela empresa tanto no Interior como na Capital, além de clientes
residenciais, comerciais e industriais. "São 1,8 milhão de clientes com
CPF cadastrado em conta, ou seja, é o número de ligações em todo o Estado. E em
atendimento, são 5,5 milhões de pessoas", esclareceu. O valor do metro
cúbico (m³) passará de R$ 3,03 para R$ 3,17, em média. Ainda segundo a Cagece,
os valores revisados passam a valer nos 151 municípios atendidos pela empresa.
A última revisão tarifária média, de 11,96%, ocorreu em março de 2016. A
anterior foi em novembro de 2015, de 12,9%.
Modelo
O modelo
tarifário da Cagece leva em consideração os custos dos serviços e uma parcela
destinada a investimentos. Esses custos são representados pelas despesas de
pessoal, energia elétrica, material de manutenção, produtos de tratamento,
combustíveis, depreciação e uma parcela para fazer frente aos juros e
amortizações de financiamentos realizados para implantação de sistemas de água
e esgoto.
"A
revisão tarifária visa manter o equilíbrio financeiro da empresa e leva em
consideração aspectos como o aumento nos custos de produção e operação
agravados pela crise hídrica, a redução gradativa no consumo de água observada
em Fortaleza e Região Metropolitana e o aumento nos preços dos insumos",
disse a Cagece em comunicado.
A
estrutura tarifária da Companhia, depois de aprovada pela Diretoria Colegiada,
foi autorizada pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do
Estado do Ceará (Arce) e pela Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle
dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (ACFor). A Cagece adota um modelo
de estrutura tarifária progressiva, onde as tarifas são definidas de acordo com
a categoria e a demanda de consumo de cada cliente. "Ou seja, a tarifa
torna-se mais cara, à medida em que o consumo aumenta. Esta é uma maneira da
companhia garantir uma cobrança justa, evitar o desperdício de água tratada e,
ainda, subsidiar a tarifa paga pelos clientes com menor poder aquisitivo",
afirmou.
Fonte:Diário do Nordeste
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