sexta-feira, 19 de maio de 2017

Levantamento aponta perda de safra de grãos no interior cearense


Agrônomos e Técnicos dos escritórios da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), secretarias de Agricultura dos municípios, dos escritórios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais estão em campo fazendo o levantamento da safra agrícola de sequeiro (aquela que depende exclusivamente das chuvas). Os relatórios sobre a situação de produção devem ser concluídos até o próximo dia 25, mas os dados iniciais apontam para perda do plantio de grãos, milho e feijão, entre 30% e 90%.

O relatório Situação de Produção (Sitprod) é feito mensalmente por técnicos da Ematerce. O último é de 30 abril passado e apontava ainda uma expectativa de que a safra de grãos (milho, feijão, sorgo) seria superior a 332% em comparação com à colheita de 2016. O milho deveria crescer 77%, feijão 21%, os demais grãos, 2%. Para a colheita de mandioca estimava-se um aumento de 109%.

Frustração
Depois de cinco anos seguidos de frustração de safra no Ceará, esperava-se para este ano uma colheita generosa. Entretanto, a partir da segunda quinzena de abril, as chuvas ficaram mais irregulares, localizadas e escassas. Foram registrados veranicos. O resultado é a frustração de safra de grãos, cujos índices estimados variam entre 30% e 90%, dependendo do município ou mesmo do distrito.

Na região Centro-Sul, Acopiara deve registrar perda de 100% da cultura de milho e de 60% do feijão. Os dados são da Secretaria de Agricultura do Município. "Ontem choveu, mas, para o plantio, de nada adianta. Já é tarde", disse o coordenador da unidade, Wellington Oliveira. Em Solonópole, a perda varia entre 70% e 80% da safra de grãos, segundo o técnico da Ematerce Carlos Renan Almeida.

"O plantio de sequeiro estava excelente, mas, depois do dia 10 de abril, as chuvas começaram a faltar e a situação mudou completamente", explicou o gerente local do escritório da Ematerce, em Tauá, José Veríssimo de Souza Filho. "Nos municípios da região dos Inhamuns, Tauá, Parambu, Arneiroz e Quiterianópolis, estimamos uma perda de feijão e milho variando entre 60% e 75%", disse.

Na região de Lavras da Mangabeira, a frustração de safra de grãos varia entre 10% e 50%, segundo previsão do escritório local da Ematerce. "Infelizmente, do último relatório para cá, a situação só piorou com a falta de chuva", disse o gerente da unidade, Kléber Correia. "Só teremos uma definição após concluir o Sitprod, na próxima semana".

Nos municípios de Ipaumirim, Baixio e Umari haverá perda da safra de milho e feijão variando entre 35% e 45%, dependendo da localidade e do período de cultivo. Quem plantou mais tarde enfrenta um prejuízo ainda maior. "Ainda não fechamos o relatório sobre a situação de produção, mas, observando as informações de abril passado e a permanência do veranico, o quadro atual indica perda de safra", explicou Antônio Saraiva de Lima, gerente da unidade local da Ematerce.

Na região Centro-Sul, em Icó, os dados consolidados até o momento apontam que há perda de 30% para a cultura do feijão e de 50% para o milho. A informação é de Bevenides Nunes, secretário de Política Agrícola do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Icó, que integra a comissão que avalia a safra agrícola no Município.

Outro município da região dos Inhamuns, Aiuaba, deve apresentar perda de safra de milho em média de 60% e de feijão, 50%, segundo Heldo Batista. O escritório local da Ematerce de Iguatu somente na próxima semana conclui o relatório sobre a situação de produção de grãos, mas a estimativa inicial é de perda elevada, de pelo menos 80% para a cultura do milho.

Sem perda
No município de Itapipoca, por outro lado, as chuvas foram mais intensas, constantes e não há registro de perda da safra de grãos, segundo Narcélio Gomes, do escritório da Ematerce. Neste ano, a faixa litorânea foi beneficiada com boas precipitações favorecendo o desenvolvimento das culturas agrícolas.

Fonte:Diário do Nordeste

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